terça-feira, 30 de março de 2010

Cães Danados a bombar...

Depois dos onze concertos dados de 2009, os figueirenses Cães Danados (banda de punk-rock, cantado em português) estão de novo na "estrada".

A Agenda de Abril está ao rubro. Na sexta-feira (dia 9) os Cães Danados actuam no "IX Rock Of", em Vila Nova, Cantanhede. No dia seguinte (Sábado, 10) é a vez da Casa do Povo de Maiorca (Maiorca, Figueira da Foz) receber a matilha durante o "II House of Rock".

Para fechar o mês de Abril em grande, a banda vai comemorar o seu primeiro aniversário, dia 24 de Abril, com um concerto na DRAC, no Campo de Jogos do Cabedelo (Cova-Gala, S. Pedro, Fig.Foz).

Contamos convosco. Apareçam e façam a festa do rock com a canzoada...





CLICAR NAS FOTOS PARA AMPLIAR

mp3


PLACEBO & FRANK BLACK "WHERE IS MY MIND"

Um poema por dia...

O mar já não era para mim suficiente
João Miguel Fernandes Jorge

O mar já não era para mim suficiente.
Fazia-me falta um rio
um rio sob sombra das árvores.

É difícil a meio da música
suportar a luz do café.

Está roupa na corda!


"CC0606_19", de Hataiiia Hataiiia

segunda-feira, 29 de março de 2010

Benfica


É verdade que ainda faltam seis finais até terminar o campeonato. Mas é indiscutível que os adeptos do Benfica já sentem o cheiro do título.

mp3



THE CRAMPS "NAKED GIRLS FALLING DOWN THE STAIRS"


** Um exemplo de como o rock minimalista pode ser excelente...

Um poema por dia...

Inflama-me, poente: faz-me perfume e chama
Juan Ramón Jiménez

Inflama-me, poente: faz-me perfume e chama;
que o meu coração seja igual a ti, poente!
descobre em mim o eterno, o que arde, o que ama,
...e o vento do esquecimento arraste o que é doente!

Está roupa na corda!


"wild dreams", de Anja von Kirnberg

domingo, 28 de março de 2010

sábado, 27 de março de 2010

Como estás hoje?

«No canto esquerdo, com 80 kg´s e 1,78m. Directamente da Praça 8 de Maio, Com calções vermelhos, o grande, o fantástico, o inigualável: Paulo Dâmasoooooooooooo. Ouçam como o público aplaude...

E agora, no canto direito, com milhentas vitórias por KO, o temível, o bruto e o odiado, Cancro Linfáticooooooooooo. Meu deus, ouçam bem a monumental vaia da plateia, reveladora que quanto este tipo é odiado pelas massas!"

Plim, plim, plim.
Toca a sineta.
Começa o 4º Assalto deste combate de oito "rounds"
.




Pois é, e ao fim do 4º round ainda estou como Muhammad Ali, ainda gingo à frente do adversário.

O quarto assalto foi ontem, no HDFF.

Estou meio do combate.

E cheio de força para ajudar o próximo.

A D. Adélia já rapou o cabelinho todo e anda com uma boina toda "fashion".

Desde ontem tenho ainda uma nova "vizinha". A Fernanda também tenho Linfoma e começou ontem os tratamentos.

Colocaram-na à sexta-feira por causa de mim. É verdade.

Dizem que a minha força e maneira de encarar a doença ajuda os outros a arrebitarem e a Fernanda precisa dessa ajuda para subir o degrau que lhe falta.

Agora somos "irmãos" de luta. E vamos todos os três vencer.

mp3


XUTOS & PONTAPÉS "GRITOS MUDOS"


Gritos mudos chamando a atenção
P'ra vida que se joga sem nenhuma razão

Um poema por dia...

Arte de Amar
Manuel Bandeira

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Está roupa na corda!


"The Poem Of Your Body", Armindo Dias

quinta-feira, 25 de março de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

Ida ao Jamor ainda é possível

Pessoal, na verdade faltam 90 minutos para que se decida quem vai à final da Taça de Portugal. É verdade que o Desportivo de chaves está, agora, mais perto desse objectivo depois da vitória, por 1-0, ontem, frente à Naval, no municipal flaviense.

Mas, na 2ª mão, na Figueira da Foz, a 13 de Abril, a história pode ser outra. Se o Chaves, em casa, é tão defensivo, então quando cá vier vai "estacionar o autocarro"...

Mas o jogo de ontem ficou marcado por três lances que levantam algumas dúvidas. Primeiro, uma grande penalidade a favor da Naval que ficou por assinalar. Falta clara sobre Gomis na grande área flaviense. O árbitro Paulo Costa não marcou e ainda mostrou cartão amarelo a Gómis.

Depois, quase no final da primeira parte, nova penalidade a favor da Naval mas, mais uma vez, Paulo Costa nada assinalou.

Para acabar um golo mal anulado a Diego Ângelo.

O que é certo é que a Naval também se pode queixar de si própria. Camora por duas vezes ficou a milímetros de marcar, Bolívia e Fábio Júnior também ameaçaram. Mas nada.

AGORA FALTAM 90 MINUTOS.
VAMOS ACREDITAR QUE É POSSÍVEL IR AO JAMOR.
EU ACREDITO.
FORÇA NAVAL.

mp3


TARA PERDIDA "LAMBE BOTAS"

Um poema por dia...

Dialética
Vinicius de Moraes

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...

Está roupa na corda!

"Echarpe", de Alain Lechat

terça-feira, 23 de março de 2010

Bolsa de apostas...

Desportivo de Chaves - Naval 1º de Maio
Taça de Portugal. Primeiro mão das 1/2 finais
Estádio Municipal de Chaves. TVI. 18h15




NA FIGUEIRA DA FOZ HÁ UM SONHO!
PORQUE NÃO IR AO JAMOR?


** PRÉMIO PARA QUEM ACERTAR NO RESULTADO: LANCHE NO CAFÉ BRASIL.
**NOTA: SÓ SERÃO ACEITES COMENTÁRIOS COM PREVISÕES DE RESULTADOS ATÉ AO INÍCIO DA HORA DO JOGO (18H15)

2010, o ano de (algumas) mudanças...

O ano que terminou (2009) foi um ano para esquecer.

Pela primeira vez na vida fiquei desempregado e, como em cima de azar pé partido, fiquei doente, à "perna" com um cancro linfático. O ano terminou mesmo da pior maneira com uma intervenção cirurgica.

Por isso, 2010 é o ano de algumas mudanças.
Vou mudar de casa, espero vencer a luta que travo contra o cancro e espero encontrar trabalho.

E por falar em mudar de casa, vou deixar aquela que ao longo dos últimos 24 anos foi a minha residência. O meu recanto de onde tenho e guardo muitas memórias. Boas e más, claro. Tenho um carinho especial pela casa que agora vou deixar. O meu ex-endereço tem algo de especial: remete para a Liberdade, para o 25 de Abril, para a Revolução dos Cravos.

Vou "trair" a minha casinha e vou mudar.
É ano de mudanças.

Um abraço muito especial para os meus amigos Luís, Miguel, Rui e Isabel que, ontem à noite, deram uma ajuda essencial e fundamental em grande parte da mudança.

Eu, sem puder fazer esforços devido à doença, tive um grande apoio da cambada. A cervejinha já está no "fresquinho". Obrigado malta...

mp3


TARA PERDIDA "DESALINHADO"

Um poema por dia...

Bom é que não esqueçais
Fernando Pessoa

Bom é que não esqueçais
Que o que dá ao amor rara qualidade
É a sua timidez envergonhada
Entregai-vos ao travo doce das delicias
Que filhas são dos seus tormentos
Porém, não busqueis poder no amor
Que só quem da sua lei se sente escravo
Pode considerar-se realmente livre

Está roupa na corda!

"Meal", de Sergei Bizyaev

segunda-feira, 22 de março de 2010

Votações abertas SBSR Preload


Os Cães Danados são umas das bandas que estã inscritas no Super Bock Super Rock Preload. Para votarem na banda de punk-rock da Figueira da Foz basta registar-se no site da Super Bock e votar AQUI.

Benfica, 3 - Porto, 0


ATENÇÃO SENHORES PASSAGEIROS, o comboio do Algarve com destino ao Porto parte dentro de momentos da linha 3. Atenção à sua partida...

mp3



THE VIBRATORS "BABY BABY"

Um poema por dia...

Por muito tempo achei que a ausência é falta
Carlos Drummond de Andrade

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Está roupa na corda!

"Red my favourite color", de Art Rivera

domingo, 21 de março de 2010

Bolsa de apostas...

BENFICA - PORTO
FINAL DA TAÇA DA LIGA
ESTÁDIO DO ALGARVE. 19H15




PRÉMIO: Quem acertar no resultado ganha um lanche no Café Brasil :)

NOTA: Para o efeito de prémio são apenas aceites os comentários publicados até às 19h15 (hora inicial do jogo)

"Como a especulação redesenhou a Figueira da Foz" **

Como a especulação redesenhou a Figueira da Foz
Um caso emblemático do urbanismo que corrompe Portugal

Um dos panoramas mais atraentes da Figueira da Foz é a sua longa avenida marginal à praia: de um lado a frente urbana, do outro um imenso areal curvado em crescente. Faz recordar, tanto pela alta fachada construída como pelo mar que se lhe vê diante, a praia de Copacabana. Até 2004 toda a berma da avenida do lado de terra estava edificada, com uma notável excepção: um hectare e meio de solo desocupado pertencente à Câmara Municipal. Era chamado “a Ponte do Galante” em referência a uma pequena ponte que em tempos por ali passara sobre uma ribeira. Poderia ter-se tornado um jardim público, mas a tentação de o sacrificar à especulação imobiliária de privados foi irresistível: hoje encontra-se atravancada pelo betão de sete edifícios com dezasseis ou mais pisos.

Tal como em Copacabana e em Marbella (esta última justamente célebre pela corrupção urbanística), também na Figueira o interesse dos promotores imobiliários os motiva a impor à cidade edifícios cada vez mais altos, onde quer que se encontrem terrenos vagos, para empolar o valor dos terrenos em que assentam e assim captar mais-valias urbanísticas, mesmo que tal mutile a volumetria de toda a malha urbana.

Para que um promotor consiga sacar mais-valias urbanísticas de uma avenida praticamente consolidada como a marginal da Figueira, duas manobras estão ao seu dispor: ou adquire um edifício de pequeno volume e solicita à autarquia alvará para o expandir, ou adquire um lote de terreno não construído a baixo preço e solicita alvará para o edificar. Em ambos os casos o valor do prédio é instantaneamente multiplicado pela decisão administrativa de emitir um alvará, oferecendo ao proprietário aquilo a que os economistas clássicos chamavam um “rendimento imerecido”.

Até mesmo o pai ideológico do Liberalismo, Stuart Mill, condenava esta forma de enriquecimento. Fiéis ao pensamento daquele filósofo, os países mais desenvolvidos banem semelhantes tentativas de enriquecimento sem causa produtiva e designam-nos nos meios eruditos por “actividades de captura de rendas [urbanísticas]”, e nos meios populares de pura e simples “corrupção”.

Em Portugal passa-se todo o contrário: grosseiras omissões legislativas abençoam a captura de rendas urbanísticas de modo que ela foi exuberantemente praticada enquanto decorreu a bolha imobiliária de 1986-2006. O caso do Galante é um mero exemplo entre uma multidão de outros por todo o nosso território, com os resultados que estão à vista de Norte a Sul: gerou-se uma minúscula oligarquia de promotores dotados de fortunas subitamente adquiridas, forçou-se a maioria da população a contrair hipotecas para imóveis sobrefacturados, empurrou-se o erário público para o défice à força de lhe subtrair as suas receitas urbanísticas legítimas, e desfigurou-se a paisagem do país.

Para o pequeno terreno público da Ponte do Galante, no qual se reconheciam duas fracções, o Plano Director Municipal previa até 2003 a construção de um hotel de quatro pisos e cinquenta fogos. Nessas condições, a autarquia vendeu em 2003 a primeira das suas fracções por 1,8 milhões de euros à empresa privada Imofoz. Passadas poucas horas, a Imofoz revendeu a fracção à empresa Foz Beach (criada expressamente para a transacção) por 2,92 milhões de euros — arrecadando dessa forma uma mais-valia de 1,12 milhões de euros. Uma segunda fracção foi vendida pela Câmara à mesma empresa, em 2004, por 1,3 milhões de euros. O negócio ainda estava no começo: como se veria, graças a manipulações dos planos urbanísticos e à emissão de alvarás, enormes mais-valias iriam somar-se.

Assim que esse terreno passou à posse dos privados, o executivo camarário pediu nesse mesmo ano a suspensão do Plano Director Municipal (PDM) e, conseguindo-a, modificou os planos de pormenor de modo a poder autorizar nesse local, à revelia do previsto, a edificação de nada menos do que um enorme aparthotel (um eufemismo para apartamentos privados) de vinte andares com mais de 500 fogos, ladeado por seis prédios de oito pisos contendo mais de 250 apartamentos adicionais. Tudo isto em menos de dois hectares na zona mais nobre da cidade.

É muito difícil estimar o montante de mais-valias urbanísticas que a autarquia ofereceu aos privados graças a estas manobras políco-administrativas, mas pode tentar-se calcular por defeito. Sabendo-se que o custo de construção por metro quadrado destes equipamentos não excede os 700 euros, atendendo-se que o seu preço final de revenda era não inferior a 1700 euros por metro quadrado a que os imóveis deste bairro estavam a ser vendidos entre 2003 e 2007 (produzindo-se cerca de 1000 euros de mais-valia urbanística por metro quadrado construído nesse contexto de bolha imobiliária), e calculando-se ainda que a suspensão do PDM autorizou a edificação de pelo menos 40.000 metros quadrados extra, resulta que esta “suspensão de PDM” pôs à disposição de um grupo privado pelo menos 40 milhões de euros em mais-valias urbanísticas. Estas mais-valias urbanísticas deveriam, segundo a Lei de qualquer país civilizado que nos serve de inspiração, reverter à posse pública uma vez que foram criadas por decisões administrativas e não pelo mérito empreendedorístico do promotor.

O erário público perdeu não menos de 40 milhões de euros com esta manobra igual a tantas outras que vêm destruindo há décadas as nossas cidades e as nossas finanças. O rédito é apropriado imerecidamente pelos privados; as externalidades negativas (congestionamento da malha urbana, sobrecarga das infra-estruturas públicas, degradação estética, etc.) são suportadas por todos os cidadãos.

Em termos de economia política, que se passou? Um conjunto de particulares serviu-se do factor mais escasso da economia — o solo — para, mancomunado com decisores políticos indiferentes ao interesse colectivo, subtrair à posse pública as revalorizações do património criadas por decisões urbanísticas da administração. Os rendimentos milionários encaixados pelos beneficiários destes processos não são, em rigor taxonómico, nem um lucro (a recompensa do empreendedorismo inovador em condições de concorrência perfeita), nem um juro (a recompensa do risco sobre o capital), nem uma mais-valia financeira (resultantes de riscos sobre a compra e venda de activos em livre mercado); são rendas diferenciais fundiárias de génese político administrativa. São idênticas, na sua essência (mas não na sua aparência) às rendas petrolíferas oferecidas pelas decisões dos ministérios do petróleo de certos países do Terceiro Mundo. São um esbulho da riqueza colectiva por um grupo de oportunistas que não hesitam em servir-se do aparelho administrativo para fins particulares.

As actividades político-económicas que produziram o caso da Ponte do Galante são, na sua natureza profunda e nos seus resultados últimos, idênticas àquelas que produziram a vasta maioria das urbanizações maciças e indesculpavelmente despropositadas que se esparziram pelas paisagens portuguesas das últimas décadas. A Ponte do Galante é um mero caso particular de uma síndroma nacional que arrasou a economia e o território para beneficiar um grupo ínfimo de “promotores”. Facto invulgar numa sociedade tão conformista como tem sido a portuguesa, contra este abuso urbanístico ergueu-se um movimento cívico que levou aos tribunais o autarca, o promotor e o Conselho de Ministros, acusando-os de violar todo um vasto conjunto de normas administrativas e direitos constitucionais.

** texto de Pedro Bingre na "Ops! Revista de Opinião Socialista"

mp3


Muse "Uprising"

Um poema por dia...

Porque os outros se mascaram mas tu não
Sophia de Mello Breyner Andresen

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Está roupa na corda!


"Maiden girl 1", de simon fowler

sexta-feira, 19 de março de 2010

Telefonemas anónimos


Não atendo chamadas anónimas. Quem tem o meu número e me liga deve, moralmente, identificar-se, em primeira instância, através do seu número de telefone. Fica o aviso. Obrigado. Tenho dito.

Dia do Pai


"Pai"

Quero ser grande
Não crescer
só duas polegadas
de ano a ano.
E quero ter
de meu pai
o tamanho.
E também ter
as suas belas mãos
que sabem tudo consertar.
Ter o condão
só por querer
de tudo fazer girar...
Quando eu for grande,
e o meu pai velhinho,
vou dar-lhe sempre
todo o carinho.

[autor desconhecido]

GLORIOSO SLB



MARSELHA, 1- BENFICA, 2
Estádio Vélodrome, Marselha
LIGA EUROPA


E agora venha o Liverpool

mp3


THE RUTS "STARING AT THE RUDE BOYS"

Um poema por dia...

Conheço o Sal
Jorge de Sena

Conheço o sal da tua pele seca
depois que o estio se volveu inverno
da carne repousando em suor nocturno.

Conheço o sal do leite que bebemos
quando das bocas se estreitavam lábios
e o coração no sexo palpitava.

Conheço o sal dos teus cabelos negros
ou louros ou cinzentos que se enrolam
neste dormir de brilhos azulados.

Conheço o sal que resta em minha mãos
como nas praias o perfume fica
quando a maré desceu e se retrai.

Conheço o sal da tua boca, o sal
da tua língua, o sal de teus mamilos,
e o da cintura se encurvando de ancas.

A todo o sal conheço que é só teu,
ou é de mim em ti, ou é de ti em mim,
um cristalino pó de amantes enlaçados.

Está roupa na corda!


"IMG_7708", de Massimiliano Uccelletti

quinta-feira, 18 de março de 2010

mp3



THE STRANGLERS "GOLDEN BROWN"

Um poema por dia...

Génesis
Jorge de Sena

De mim não falo mais :não quero nada.
De Deus não falo:não tem outro abrigo.
Não falarei também do mundo antigo,
pois nasce e morre em cada madrugada.

Nem de existir,que é a vida atraiçoada,
para sentir o tempo andar comigo;
nem de viver,que é liberdade errada,
e foge todo o Amor quando o persigo.

Por mais justiça ...-Ai quantos que eram novos
em vâo a esperaram porque nunca a viram!
E a eternidade...Ó transfusâo dos povos!

Não há verdade:O mundo não a esconde.
Tudo se vê: só se não sabe aonde.
Mortais ou imortais,todos mentiram.

Está roupa na corda!

"Tea Pot", de Shane Willis

quarta-feira, 17 de março de 2010

O caminho do JAMOR passa por Chaves...

Terça Feira pode ser histórica para a NAVAL

Dia 23 Março 2010, 18H15

Desp. Chaves - NAVAL

Viagem a Chaves
Preços de Viagem + Bilhete para o jogo
12,5 Maravilhas Sócios da Claque e da NAVAL
17,5 não Sócios

Saída às 12Hoo do Estádio

INFO LINE 96 292 59 88
COLECTIVO MARAVILHAS

Rapidinha da tarde...

O marido, ao chegar a casa, no final da noite, diz à mulher que já estava deitada :

- Querida, eu quero amá-la.

A mulher, que estava a dormir, com a voz embolada, responde:

- A mala... ah não sei onde está! Usa a mochila que está no roupeiro do quarto de visitas.

- Não é isso querida, hoje vou amar-te.

- Por mim, podes ir até Júpiter, até Saturno e até à puta que te pariu, desde que me deixes dormir em paz...

Forum Figueira


Modéstia à parte penso que o "Forum Figueira" de hoje, na RCFM, correu muito bem.

Sob o tema foi "O Impacto dos Blogues na Sociedade Figueirense", o forum contou com a opinião de diversos "bloggers" da Figueira da Foz.

Luís Melo Biscaia (Lugar para Todos), Rogério Neves (Marcha do Vapor), António Jorge Pedrosa (Política de Choque e Amicus Ficaria), Pedro Jorge (Amicus Ficaria), António Flórido (O Palhetas) e eu mesmo, Paulo Dâmaso (Cão que Ladra Também Morde), participaram e opinaram no forum, conduzido por Fernando Rodrigues.

Forum Figueira

Na Foz do Mondego Rádio o tema do "Forum Figueira" de hoje vai ser "O impacto dos blogues na sociedade figueirense".

A ouvir (99.1 fm) ou aqui e a participar, entre as 12h00 e as 13h00, através dos telefones: 233.428.134 ou 233.040.620

mp3


DEAD KENNEDYS "PULL MY STRINGS"

Um poema por dia...

Ausência
Vinicius de Moraes

Eu deixarei que morra
em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Está roupa na corda!

"This is a dedication to my dear friend David McCracken", de Owen O'Meara

terça-feira, 16 de março de 2010

Forum Figueira

Na Foz do Mondego Rádio o tema do "Forum Figueira" de amanhã, quarta-feira (17), vai ser "O impacto dos blogues na sociedade figueirense".

A ouvir (99.1fm) e a participar, entre as 12h00 e as 13h00, através dos telefones: 233.428.134 ou 233.040.620

Como estás hoje?

Sinto-me cansado...
Mas estou bem, obrigado!

De volta...

Porra mais para a Internet... Quando a moléstia chega ao computador a coisa é mesmo grave... Mas resolvidos os problemas estamos de volta :)

mp3



GREEN DAY "SHE"

Um poema por dia...

Deixei de ouvir-te
Maria do Rosário Pedreira

Deixei de ouvir-te. E sei que sou
mais triste com o teu silêncio.

Preferia pensar que só adormeceste; mas
se encostar ao teu pulso o meu ouvido
não escutarei senão a minha dor.

Deus precisou de ti, bem sei. E
não vejo como censurá-lo

ou perdoar-lhe.

Está roupa na corda!

"/////", de Yaroslav Bekhterev

sábado, 13 de março de 2010

(Cada vez mais) Preocupante...

"20 mil desempregados no distrito de Coimbra e 3505 na Figueira da Foz" - in O Figueirense

Naval 1º de Maio, quem diria?!

Diego Ângelo festeja golo marcado ao Leiria






À 23ª jornada Liga, a Naval 1º de Maio garantiu (ainda que não de forma matemática) os pontos suficientes – 29 - para assegurar a permanência no principal escalão do futebol nacional.

Venceu a União de Leiria, por 1-0, com um golo do central brasileiro Diego Ângelo (na foto) que, ao que tudo indica, no final da temporada rumará ao Génova, de Itália.

O treinador da Naval 1º de Maio, Augusto Inácio, foi à sala de imprensa visivelmente bem-disposto e com um ar de tranquilidade.

E, de facto, tem todos e mais alguns motivos para tal. Venceu, assegurou a permanência – objectivo principal que lhe havia sido pedido pelo presidente Aprígio Santos – e, a sete jogos do final do campeonato, até pode sonhar com a melhor classificação de sempre da Naval na Liga.

Mais, há uma motivação extra: a Naval, pela segunda vez na sua história, atinge as meias-finais da Taça de Portugal e, com garra e determinação, é bem possível que, pela primeira vez, vá ao Jamor.

A Naval pode fazer história. Como adepto e sócio da Naval assim espero e acredito que Augusto Inácio e todo o seu “staff” vão dar essa alegria aos navalistas, à massa adepta, ao presidente Aprígio Santos e à cidade da Figueira da Foz.

FORÇA NAVAL!
RUMO AO JAMOR!

mp3



JILTED JOHN "JILTED JOHN"

Um poema por dia...

Tem o amor a arte de tornar eterno
Ruy Belo

Tem o amor a arte de tornar eterno
aquele que por amor tem de morrer
e até de morrer jovem amiúde pois os deuses amam
aquele que perece em plena juventude
e assim se fixa petrifica e permanece

Está roupa na corda!

"9403", de Silk Skin

sexta-feira, 12 de março de 2010

Bolsa de apostas...

Naval 1º de Maio vs União de Leiria
Estádio Municipal José Bento Pessoa
Figueira da Foz, 23ª jornada Liga
12-Março-2010, 20h15. Sport Tv

Benfica, 1 - Marselha, 1

Pois é, a coisa ontem não correu lá muito bem para o lado do Benfica e aquele golito do Marselha ao cair do pano não veio nada a calhar! Mas, em Marselha, na segunda mão, outra "Vata" cantará! Vamos vencer e passar a eliminatória. Força Benfica :)

Reflexões du camandru... ou mais longe!


Na Figueira da Foz há quem tenha umas reflexões (?!) du camandru... ou mais longe! Gostei, particularmente do "manda lembrança"... Viva o SLB :)

mp3


PATRIK FITZGERALD "safety pin stuck in my heart"

Um poema por dia...

Nada é impossível de mudar
Bertold Brecht

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.

Está roupa na corda!

"Curves and waves", de Franz Sauer

quarta-feira, 10 de março de 2010

10.000

Este meu - vosso - tasco superou hoje os 10 mil visitantes!
Obrigado a todos os que por aqui têm andado! Continuem...

Cães Danados inscritos no SBSR Preload

Cães Danados @ Kinta do Kruzeiro, Guarda

Aqui podem encontrar e ver a inscrição dos Cães Danados no Super Bock Super Rock (SBSR) Preload...

Rapidinha da tarde...

Sabem qual é a coisa mais parecida com a amizade verdadeira?
- São as bordas do cu!...
É que não há merda que as separe!


ESTE hoje deve andar com uma azia...

Ser benfiquista...


O presidente da Junta de Freguesia de Lavos, José Elísio [na foto], é um ferrenho adepto benfiquista (e muito bem. É dos meus).

Vai daí a junta, por iniciativa do seu presidente, manda um ofício ao Benfica e também ao "rival" da segunda circular, Sporting, para ver se os clubes disponibilizavam alguns bilhetes para que a junta proporcionasse a algumas pessoas mais idosas da freguesia de Lavos (que nunca na vida viram ao vivo um jogo de futebol) pudessem, pela primeira vez, ir à bola!

Iniciativa até é engraçada! Mas quem respondeu? O Sporting! O "rival" deu 55 bilhetinhos para os idosos irem ver o SCP - Guimarães.

"O Sporting respondeu de imediato, o Benfica ainda não disse nada!", lamentou José Elísio, ao Diário de Coimbra.

Pois é presidente, nem sempre o clube do nosso coração nos dá alegrias! (e claro, não falo de resultados).

FêCêPê muda de hino...

"Venham Mais Cinco", de Zeca Afonso, é agora o novo hino do FêCêPê...

mp3



UK SUBS "NEW YORK STATE POLICE"

Um poema por dia...

Se as minhas mãos pudessem desfolhar
Garcia Lorca

Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!

Está roupa na corda!

"Girl", de Aivar Pärtel

terça-feira, 9 de março de 2010

Arsenal humilhou FêCêPê. Chapa 5.

Olha... afinal parece que há uns tipos ingleses que até sabem jogar à bola... e até equipam de "bermelho", carago! Pode ser que assim o Bimbo baixe a crista...
«Reclusos aproveitaram "precárias" para assaltar bancos e postos dos CTT»

Ainda dizem que a malta não quer trabalhar...
Estes até trabalhavam nas "folgas"!

mp3



VICE SQUAD "STAND STRONG, STAND PROUD"

Um poema por dia...

Pedra Filososal
António Gedeão

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

Está roupa na corda!

"Corset", de Zain Haider

segunda-feira, 8 de março de 2010

Só porque hoje é Dia Internacional da Mulher...

mp3



Cockney Rejects "Oi! Oi! Oi!"

Um poema por dia

Bebido o luar
Sophia de Mello Breyner Andresen

Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.

Está roupa na corda!

Fotografia de Bartosz Mokras

sábado, 6 de março de 2010

Cães Danados em tourné!


Hihihihih, Tem que se lhe diga esta coisa da "tourné". Bem, a realidade é que os Cães Danados estão aí a bombar e a precisar de concertos!

Tal como as meninas da "recta da Leirosa", a canzoada precisa é de estrada! (Noutro sentido é claro! É que aqui não há prostitutos do rock! loooool).

Bem, para já, temos aí algumas datas já confirmadas. A saber:

09-Abril-2010: «IX Rock Of», em Cantanhede
10-Abril-2010: «House of Rock II», em Maiorca
24-Abril-2010: DRAC, Campo de Jogos do Cabedelo, Cova-Gala
21-Agosto-2010: «Brenha Arder 2010», Brenha
05-Setembro-2010: 9º Encontro de Tuning do Centro, Parque da Avenida de Espanha.

Agora precisamos de mais. Queremos mais.
Ver informações sobre a banda em:
www.myspace.com/caesdanados

mp3_Grandes_Senhores



XUTOS & PONTAPÉS "DESEJO"


Os Xutos são umas das minhas bandas portuguesas preferidas, a par dos Peste & Sida, Mata-Ratos, Censurados e Tara Perdida.

Contudo, os meus gostos musicais são muito abrangentes e a minha "biblioteca" musical é composta por um alargado leque de estilos.

Sou capaz de passar horas a ouvir Jazz, como sou capaz de passar horas a ouvir Punk-Rock (o meu estilo de música preferido), Blues, música Clássica, música de dança, entre outros.

Mas há apenas duas bandas no mundo das quais eu não me canso de ouvir e ouvir e ouvir: The Ramones (a minha banda preferida) e os portugueses Xutos & Pontapés!

No caso dos Ramones (que ainda tive o prazer de ver ao vivo, em 1995, no ZwendokRock Festival, na Bélgica) comecei a ouvi-los graças ao meu vizinho Sabino. Íamos para o sotão de sua casa ouvir cassetes de Ramones, Dead Kennedys, The Cramps, Toy Dolls e outros. Eram tardes bem passadas à volta da música...

Quando aos Xutos a história é diferente. Aprendi a gostar a a admirar a sua garra, a sua atitude e a sua permanente linha de rumo... Muitos não gostam de Xutos mas a verdade é que, quer se queira quer não, os Xutos são, dentro do panorama musical nacional, uma banda de referência e um exemplo de que se pode vencer fazendo o que se gosta...

E sabem, um dos desejos que tenho (e sonho) é um dia poder, com a minha banda - Cães Danados - abrir um concerto de Xutos. Isso é que era! Impossível?! Não creio. Em poucos meses após o início da banda abrimos para os Gazua e para os Mata-Ratos. Então porquê não sonhar alto?! :)

Um poema por dia

Eu que sou feio, sólido, leal
Cesário Verde

Eu que sou feio, sólido, leal,
A ti, que és bela, frágil, assustada,
Quero estimar-te, sempre, recatada
Numa existência honesta, de cristal.

Sentado à mesa de um café devasso,
Ao avistar-te, há pouco fraca e loura,
Nesta babel tão velha e corruptora,
Tive tenções de oferecer-te o braço.

E, quando socorrestes um miserável,
Eu, que bebia cálices de absinto,
Mandei ir a garrafa, porque sinto
Que me tornas prestante, bom, sudável.

«Ela aí vem!» disse eu para os demais;
E pus me a olhar, vexado e suspirando,
O teu corpo que pulsa, alegre e brando,
Na frescura dos linhos matinais.

Via-te pela porta envidraçada;
E invejava, - talvez que não o suspeites! -
Esse vestido simples, sem enfeites,
Nessa cintura tenra, imaculada.
...
Soberbo dia! Impunha-me respeito
A limpidez do teu semblante grego;
E uma família, um ninho de sossego,
Desejava beijar o teu peito.

Com elegância e sem ostentação,
Atravessavas branca, esbelta e fina,
Uma chusma de padres de batina,
E de altos funcionários da nação.

«Mas se a atropela o povo turbulento!
Se fosse, por acaso, ali pisada!»
De repente, parastes embaraçada
Ao pé de um numeroso ajuntamento,

E eu, que urdia estes frágeis esbocetos,
Julguei ver, com a vista de poeta,
Um pombinha tímida e quieta
Num bando ameaçador de corvos pretos.

E foi, então que eu, homem varonil,
Quis dedicar-te a minha pobre vida,
A ti, que és ténue, dócil, recolhida,
Eu, que sou hábil, prático, viril.

Está roupa na corda!

"SR-11", de Munna Bhai

sexta-feira, 5 de março de 2010

QUIMIOTERAPIA - SESSÃO N.3

Pois é camaradas, amigos, "palhaços" deste circo que é a vida... Hoje estou por conta do Hospital Distrital da Figueira da Foz. Hoje é dia de fazer a 3ª sessão de quimioterapia... Até já... Hoje não estou com muita vontade de escrever...

mp3



The Rezillos "Top of the tops"

Um poema por dia...

De palavra em palavra
Eugénio de Andrade

De palavra em palavra
a noite sobe
aos ramos mais altos

e canta
o êxtase do dia.

Está roupa na corda!


"Wish You Were Here...", de Armindo Dias

quinta-feira, 4 de março de 2010

Madame Gigi e Señorita Josefa

"(100) Dias de Governação"

A nova música de Pedro Abrunhosa (um exclusivo Cão que Ladra Também Morde!)

"Uma espécie de fosso
um pedaço de chão
um tralho que doeu
lá se foi a tesão!

Um domingo de merda
uma estrela no chão
uns óculos partidos
onde é que eles estão?!

Pedes-me um momento
espalho-me ao comprido
nunca mais vou aos ídolos
fiquei bem f**ido!"

Os 100 dias... de João Ataíde!

Silêncio que se vai cantar o (triste) fado... municipal!
E, parece que a coisa está mesmo feia. CONFIRA AQUI...

Shiuuuuuuuuuuu...


É SEGREDO, É SEGREDO, É SEGREDO!E SEGREDO É SEGREDO...
MAS É TÃO DIFÍCIL GUARDAR ESTE SEGREDO!
É UM SEGREDO TÃO BOM...
UM DIA EM CONTO-VOS ESTE SEGREDO!
UM DIA VAI DEIXAR DE SER SEGREDO E, AÍ, VOCÊS VÃO FICAR TÃO CONTENTES COMO EU!

mp3



THE JAM "IN THE CITY"

Um poema por dia...

Acordo de noite subitamente
Fernando Pessoa

Acordo de noite subitamente.
E o meu relógio ocupa a noite toda.
Não sinto a Natureza lá fora,
O meu quarto é uma coisa escura com paredes vagamente brancas.
Lá fora há um sossego como se nada existisse.
Só o relógio prossegue o seu ruído.
E esta pequena coisa de engrenagens que está em cima da minha mesa
Abafa toda a existência da terra e do céu...
Quase que me perco a pensar o que isto significa,
Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca,
Porque a única coisa que o meu relógio simboliza ou significa
É a curiosa sensação de encher a noite enorme
Com a sua pequenez...

Está roupa na corda!

"caged", de martin stott

quarta-feira, 3 de março de 2010

Madame Gigi e Señorita Josefa

"Dissidentes continuam militantes"

Rapidinha da tarde...

Empresário: Bom dia Sr. Eng., há quanto tempo??!!!
Ministro: Olha, olha, está tudo bem?!

Empresário: Eh pá, mais ou menos, tenho o meu filho desempregado tu é que eras homem para me desenrascar o miúdo.
Ministro: E que habilitações ele tem?!

Empresário: Tem o 12.º completo.
Ministro: O que ele sabe fazer?!

Empresário: Nada, sabe ir para a Discoteca e deitar-se às tantas da manhã!
Ministro: Posso arranjar-lhe um lugar como Assessor, fica a ganhar cerca de 4000, agrada-te?!

Empresário: Isso é muito dinheiro, com a cabeça que ele tem era uma desgraça não arranjas algo com um ordenado mais baixo?!
Ministro: Sim, um lugar de Secretario já se ganha 3000!...

Empresário: Ainda é muito dinheiro, não tens nada volta dos 600/700???
Ministro: Eh pá, isso não, para esse ordenado tem de ser Licenciado, falar Inglês, dominar Informática e tem de ir a concurso!!!...

Ainda a propósito...

... das "reportagens/ balanço", que mais parecem novelas mexicanas, que se têm feito à conta dos "100 dias" de governação da Câmara da Figueira da Foz acho-as uma autêntica palhaçada!

Mas dar "contas" de cem dias de Governação porquê?!
Agora, é moda imitar o que se faz lá por terras do "tio Sam"?!
Ou não há mais nada sobre que escrever?!

Os homens ainda nem tiveram tempo de aquecer a cadeira e já estão todos a cair-lhes em cima?! O que é que uma autarquia desfalcada financeiramente faz em cem dias?! Como é que que uma autarquia, com nova gestão, tem logo assim capacidade para "fazer"?! Os homens ainda andam a conhecer as pastas!

Tenham calma rapaziada, a hora do "sangue" chegará (se tiver que chegar) mais tarde!
Ou anda tudo afectado com a moda dos vampiros?!

Sinais de Fogo

A liberdade de imprensa e de opinião é uma coisa muito gira mas, depois de ter visto o último programa "Sinais de Fogo", na SIC, ganhei mais um argumento para justificar porque não gosto de Miguel Sousa Tavares.

É arrogante, prepotente, nariz empinado.

É que, ao invés de entrevistar Gonçalo Amaral, que foi seu convidado, quase o "crucificou", em directo perante o país, numa tentativa absurda de culpar o "modus operandi" da investigação policial e a forma como a mesma foi conduzida no "Caso Maddie" e, até, em certa altura, no "Caso Joana".

Miguel Sousa Tavares, que tem todo o direito à opinião (tal como eu), fez durante toda a entrevista ataques pessoais a Gonçalo Amaral e mal deixou o homem defender-se, interrompendo constantemente o raciocínio do ex- investigador da PJ.

O que pretendeu Miguel Sousa Tavares? Mostrar que sabe, que percebe e que é muito inteligente?! Não, ao contrário, Miguel Sousa Tavares revelou um mau profissionalismo e um jornalismo, este sim, "alcoviteiro"...

Ter-lhe-ão encomendado a entrevista?!

Boas notícias

Como é do conhecimento geral sou doente oncológico.

Como também é do conhecimento geral fala-se numa reestruturação da Rede Nacional dos Serviços de Oncologia e, caso essa reestruturação avance nos moldes em que está prevista, o Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF) será um dos 16 do país que ficará sem esses serviços.

Por isso, é com bons olhos e agrado que leio ESTA e mais ESTA notícia na imprensa regional.

Mas, senhor presidente, João Ataíde, peço-lhe que não se deixe "embalar" por garantias de "hoje" que "amanhã" podem já não o ser. É preciso sermos vigilantes e actuantes. É que na política, tal como no futebol, o que "hoje" é verdade "amanhã" é mentira.

E nós sabemos como são os políticos e aqueles que são nomeados para cargos políticos, como o presidente da ARS Centro, que se regem por interesses governamentais. "Hoje" são capaz de nos dar o rebuçado para "amanhã" roubarem-nos a bicicleta.

E por isso, o que lhe peço, senhor presidente, João Ataíde, e acredito em si, é que não deixe morrer o assunto. São muitas as pessoas que ficarão afectadas se os Serviços de Oncologia do HDFF fecharem...

Não penso só em mim. Penso na D. Adélia de 75 anos, de Ferreira-a-Nova, que tem, tal como eu, um linfoma e poucos recursos. Penso em muitos sexagenários e septuagenários que estão a fazer quimioterapia, tal como eu, no HDFF, e que se tiverem que ir para Coimbra vai ser o "cabo dos trabalhos".

Quem qualidade de vida restará a essas pessoas?! É que 50 quilómetros para quem vive em Lisboa não é nada! Mas, 50 quilómetros aqui na santa terrinha são muito mais "longos" (se é que me percebe) do que para quem está atrás de uma secretária, de um qualquer ministério na capital...

E, ao contrário do Governo, sei que o senhor não olha para as pessoas como meros números em contas de somar, subtrair, dividir ou multiplicar... Sei, João Ataíde, que olha para as pessoas como elas são: como seres humanos, que devem ser respeitados, que merecem dignidade.

Um bem-haja a si e a todos os que têm manifestado interesse por este assunto.
E não esqueçam "hoje" são "eles" a precisar, amanhã podem ser "vocês" (Deus queria que não)...

E sexta-feira lá tenho mais uma sessão de quimioterapia, no HDFF, a 3ª de um ciclo de 8. Se por um lado estou já com o receio e o nervosismo normal, por outro estou tranquilo e feliz porque vou encontrar pessoas e profissionais que já fazem parte da minha vida...

mp3_O Punk como ele é: puro e duro!


STIFF LITTLE FINGERS "ALTERNATIVE ULSTER"

Um poema por dia...

Operário em construção
Vinicius de Moraes

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as asas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato como podia
Um operário em construção
Compreender porque um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento

Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse eventualmente
Um operário em construcão.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma subita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão
Era ele quem fazia
Ele, um humilde operário
Um operário em construção.
Olhou em torno: a gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Nao sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua propria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.

Foi dentro dessa compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele nao cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Excercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edificio em construção
Que sempre dizia "sim"
Começou a dizer "não"
E aprendeu a notar coisas
A que nao dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uisque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.

E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução

Como era de se esperar
As bocas da delação
Comecaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação.
- "Convençam-no" do contrário
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isto sorria.

Dia seguinte o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu por destinado
Sua primeira agressão
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras seguiram
Muitas outras seguirão
Porém, por imprescindível
Ao edificio em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo contrário
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher
Portanto, tudo o que ver
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse e fitou o operário
Que olhava e refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria
O operário via casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão
Nao vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martirios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construido
O operário em construção

Está roupa na corda!


"City Trader", de Tony Dudley

terça-feira, 2 de março de 2010

Naval 1º de Maio não desce em campo... nem na secretaria!


Meus amigos, há muito que o ando a dizer nas minhas conversas de café e a verdade é esta: a Naval 1º de Maio (que já tem praticamente assegurada a manutenção) não descerá de divisão na secretaria! Por muito que isso cause azia a muitos que não gostam da Naval...

ESTE TEXTO PUBLICADO NO RECORD ONLINE é disso prova. Um trabalho que vem, de forma inequívoca, explicar (e dar-me razão naquilo que há muito digo) tim-tim por tim-tim as eventuais consequências da descida da Naval no actual campeonato, a morosidade da justiça, etc e tal.

Por isso, meus amigos, acreditem ou não, vamos continuar na Liga pela sexta época consecutiva no principal escalão do futebol português.

mp3_The Ramones


THE RAMONES "Bonzo Goes To Bitburg (My brain is hanging upside down)"


You've got to pick up the pieces c'mon, sort your trash
You better pull yourself back together maybe you've got too much cash
Better call, call the law when you gonna turn yourself in? yeah
You're a politician don't become one of hitler's children

chorus:
Bonzo goes to bitburg then goes out for a cup of tea
As I watched it on tv somehow it really bothered me
Drank in all the bars in town for an extended foreign policy
Pick up the pieces

My brain is hanging upside down I need something to slow me down (2x)

Shouldn't wish you happiness, wish her the very best fifty thousand dollar dress
Shaking hands with your highness see through you like cellophane
You watch the world complain, but you do it anyway who am I, am I to say

chorus

My brain is hanging upside down I need something to slow me down (2x)

If there's one thing that makes me sick it's when someone tries to hide behind politics
I wish that time could go by fast somehow they manage to make it last

My brain is hanging upside down I need something to slow me down (4x)

Um poema por dia...

Original é o poeta
Ary dos Santos

Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutro pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse um abismo
e faz um filho ás palavras
na cama do romantismo.
Original é o poeta
capaz de escrever um sismo.

Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte faz
devorar um jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.

Original é o poeta
expulso do paraíso
por saber compreender
o que é o choro e o riso;
aquele que desce á rua
bebe copos quebra nozes
e ferra em quem tem juízo
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta
que é gato de sete vozes.

Original é o poeta
que chegar ao despudor
de escrever todos os dias
como se fizesse amor.
Esse que despe a poesia
como se fosse uma mulher
e nela emprenha a alegria
de ser um homem qualquer.

Está roupa na corda!

"orient", de Janus T