quarta-feira, 14 de abril de 2010

Um poema por dia...

A boca
Eugénio de Andrade

A boca,

onde o fogo
de um verão
muito antigo

cintila,

a boca espera

que pode uma boca
esperar
senão outra boca?

espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar.

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